plural

PLURAL: os textos de Suelen Aires Gonçalves e Silvana Maldaner

  • Pelo fim da violência contra crianças e adolescentes
    Suelen Aires Gonçalves
    Socióloga e professora universitária

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    Dia 18 de maio é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Nossa coluna semanal apresenta um importante debate a ser feito pela nossa sociedade, que trata-se da violência contra as crianças e adolescentes em nosso país. Infelizmente, é uma realidade a ser enfrentada e alertamos para a violência que vem acontecendo com as crianças e jovens no Brasil, principalmente a violência sexual, que teve um considerável aumento com a chegada da pandemia.

    Pesquisas realizadas com dados públicos federais pelo Disque 100 (canal de denúncia para casos de violação de direitos humanos) apresenta dados alarmantes sobre a violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil. Você sabia que, no Brasil, 90% da violência sexual contra crianças acontece entre familiares e até mesmo dentro de casa? Sim, ao contrário do que se espera, o agressor raramente é um estranho andando na rua e violentando crianças e jovens de forma aleatória. De acordo com os dados, 70% dos agressores são o pai, o padrasto ou um familiar próximo da vítima.

    OUÇO RELATOS

    É importante saber que a violência sexual é muito mais que o estupro propriamente dito, ou seja, o ato libidinoso de tocar nas partes íntimas, seios, beijar, apresentar filmes ou imagens pornográficas e se masturbar na frente da criança também faz parte da violência sexual. Neste sentido, alerto a respeito da importância de ter espaços seguros de debates e discussões sobre questões de violência, gênero e racismo nas escolas. Espaços como esses poderiam contribuir para a identificação de violação de direitos por parte das crianças e denúncias contra seus agressores (as).

    Precisamos assumir o dever cidadão de enfrentar o tema da violação de direitos das crianças e dos adolescentes em nosso país. Não desconfie e duvide de uma queixa feita por uma criança. Os pedidos de socorro podem vir de muitas formas, nunca duvide quando uma criança reclamar de algo. Fique atenta aos sinais e investigue. E não deixe de denunciar. Viver sem violência é um direito das nossas crianças e dos nossos adolescentes.

    Bandido popstar
    Silvana Maldaner
    Editora de revista

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    No Brasil, parece que existe um mundo paralelo. Existe o Brasil composto por sonhadores, empreendedores, idealistas, pessoas movidas pela paixão e pelo amor ao trabalho e à própria vida. Há uma comunidade gigante representada por este país. São trabalhadores braçais, do campo e da cidade. Pessoas que inspiram e transpiram criatividade e inovação. Remodelam e constroem as cidades, criam novos negócios, investem em ciência, saúde, educação e tecnologia. Neste país ainda tem os poetas e apaixonados que através de sua arte, suavizam os dramas do cotidiano e tornam tudo mais leve e belo.

    E existe o Brasil da bandidagem. Do tráfico de drogas, exploração sexual, tráfico de pessoas e dos esquemas de corrupção. Aqui tem uma lei paralela. Inexorável. Não tem impunidade e nem segunda instância. Por isso, funciona tão bem e prospera do Oiapoque ao Chuí.

    Na favela, a gurizada quer trabalhar para o traficante. Ele que é o poderoso e quem manda, inclusive na polícia, autorizando quando pode entrar ou não, na comunidade. Ele ajuda a família e, teoricamente, a protege de outras facções criminosas. Aqui, o bandido ostenta o ouro e as armas em plena luz do dia. E nem precisa ser favela famosa do Rio de janeiro.

    O que acho curioso que nossa grande imprensa e boa parte de nossos filósofos defendem este universo paralelo. O funkeiro, que faz show ilegal na pandemia, apologia e uso das drogas nas músicas e nas suas rotinas de ostentação, recebe ibope e mídia de popstar em todos os meios. Da mesma forma, traficantes e bandidos com ampla ficha corrida são considerados inocentes e vítimas de uma sociedade opressora pelos policiais sem escrúpulos. Fico estarrecida da maneira que tratam os policiais que trabalham arriscando a vida, diuturnamente, e são penalizados pela opinião pública por cumprirem com a sua função.

    Não vi nenhuma reportagem, nenhuma comoção, nenhum destaque aos policiais mortos na operação do enfrentamento da guerra do narcotráfico. Ninguém super valorizou os sonhos daqueles homens, se eram pais de família, se deixaram esposas e crianças, se eram alegres e se idealizavam ser policiais para defender a sociedade dos bandidos. 

    Me parece que o mundo paralelo tem mais ibope, mais brilho, mais glamour. Fernandinho Beira Mar, por exemplo, mega famoso e capa de todos jornais, ídolo da comunidade, tem fortuna estimada em 30 milhões. Deu ruim para ele, foi preso em 2002, mas continua mandando. Já o policial negro assassinado não dá ibope porque ninguém quer saber de trabalhador. .


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